Qual papel do solteiro no swing?

Qual papel do solteiro no swing?

Solteiro é a denominação que usamos aqui no Rio para definir os homens sozinhos que vão as festas de swing para se relacionar com casais, o que também pode ocorrer fora delas; esses na verdade nem sempre são realmente solteiros, Leia Mais…

referindo-se ao estado civil de cada um deles, muitos são casados, mas frequentam as festas sem a companhia das esposas, que por sua vez, não tomam conhecimento desta pratica por parte do seu companheiro.

Como nos clubes especializados e festas não se verifica o estado civil dos participantes, esta é uma situação que passa despercebida, interessando apenas a presença desses desacompanhados para possibilitar a interação, entre eles e os casais que buscam realizar a fantasia do ménage masculino.

Sim, swing é troca de casal, porém muitas outras fantasias foram agregadas a ele, a medida que foi propagado entre a sociedade e atingindo aqueles adeptos ou simpatizantes de relacionamentos liberais.

Quando iniciamos no swing há mais de vinte anos, já havia esta possibilidade, tanto que foi através dela, nossa fantasia inicial, que após nosso primeiro ménage masculino, fomos levados a conhecer uma casa de swing.

Naquela época, as casas funcionavam com a grande maioria de dias destinados as festas exclusivas para casais, não só por terem mais aceitação, mas também por configurarem o motivo pelo qual elas existiam, levando-se em consideração ainda, que a prática do ménage masculino, sofria um preconceito velado, e talvez por isso, tivesse um número de adeptos bem a quem dos praticantes das trocas de casais e ménage feminino, o inverso do proposto do masculino, onde mulheres sozinhas buscavam se relacionar sexualmente com os casais, ou ao menos com as esposas configurando o tão famoso e desejado bi feminino.

Com o passar do tempo, a divulgação e exploração por parte da mídia e da internet sobre tudo que se referia ao meio liberal, fez com que o mesmo se expandisse a medida que novos adeptos e curiosos buscassem frequentar clubes e festas liberais.

O incremento do número de casais frequentando as festas, trouxe mais casais buscando realizar o ménage masculino, forçando não só uma maior aceitação por parte dos frequentadores quanto essa fantasia, mas também uma abertura por parte dos clubes na sua programação de festas, inserindo mais dias voltados a permitir a entrada de solteiros, atraindo cada vez mais casais em busca do ménage, e consequentemente mais solteiros em busca de uma oportunidade de se relacionar com esses casais.

Mesmo com essa abertura e expansão, em muitos momentos, o número de casais ménage nas festas e clubes, não era compatível ao grande número de solteiros que concorriam a uma vaga para terem acesso as noites destinadas à eles; durante muito tempo, havia sim uma preocupação  quanto a limitação do número de solteiros nas festas, propiciando uma maior segurança e liberdade aos casais, não só os ditos casais ménage, como também aos casais swingers, que nunca foram impedidos de frequentar os dias destinados aos solteiros, mas que por convicção, buscavam casais para troca ou solteiras, sem querer ter qualquer tipo de contato com os homens desacompanhados.

Por uma mera questão de demanda, o valor das entradas para os solteiros, sempre mais elevadas do que as praticadas para os casais, servia tanto para controle da quantidade, quanto para seleção do perfil desejado desses desacompanhados nas festas.

Contudo, a procura sempre crescente por parte dos solteiros ao acesso as festas, fez com que as casas especializadas e produtores de festas, tomassem medidas que possibilitassem acolher cada vez mais solteiros por festa, tendo com efeito principal o aumento do faturamento, desprezando a opinião dos casais frequentadores diante da diminuição das proporções praticadas até então, entre o número de solteiros versus casais presentes nas festas.

Entre essas medidas, destacamos inicialmente a redução de dias destinados as festas exclusivamente para casais e mulheres, incrementando a grade de programação com festas mistas, destinadas a casais, solteiras e solteiros; depois a mudança da denominação de festas ou casas de swing, para a denominação balada liberal, permitindo assim, que todos os dias de funcionamento pudessem receber todos os públicos sem qualquer distinção; e quase que imediatamente, a inserção da figura das gang bangs, mulheres contratadas para interagir sexualmente com os solteiros, aliviando assim, a pressão exercida pelo notório aumento do número desses, sobre o número médio dos casais, que em boa parte não busca ou se relaciona com solteiros nas festas.

A partir desse ponto, o descontrole consentido do número de solteiros nas festas, apoiado pelo novo formato das festas e presença das gang bangs, gerou um conflito generalizado entre a grande maioria dos casais, sejam swingers ou os próprios ménage, e ainda entre os próprios solteiros oriundos de uma época em que a presença deles destinava-se apenas para satisfazer os casais que buscavam o ménage masculino, e claro, a sua própria necessidade de saciar a fantasia de interagir sexualmente com esses casais.

Assim, toda essa movimentação, gerou como consequência maior, a possibilidade de aumento dos valores de entrada para os solteiros, atendendo novamente a questão da demanda, uma vez que o aumento da procura por parte deles continua crescente, e ainda a drástica mudança do perfil dos desacompanhados nas festas, que na maioria das vezes é indesejável por parte dos casais, sejam swingers ou ménage.

Chegamos então ao ponto crucial, ao ponto em que clubes e festas deveriam se questionar quanto ao papel dos solteiros nas festas mistas ou ménage, e assim buscar responder aos anseios dos casais, cuja participação garante não só o funcionamento do clube ou das festas, bem como a presença dos solteiros que iremos aqui denominar de solteiros “raiz”.

Solteiro “raiz” é aquele que buscando saciar sua fantasia de se relacionar com casais, cumpre exatamente o que se espera dele por parte dos casais que buscam esse tipo de relacionamento, ou seja:

  1. Buscar durante a festa despertar com sua presença o interesse por parte de algum casal, ou daquele que especificamente lhe seja de interesse.
  2. Convicto da possibilidade, abordar o marido do casal para uma primeira aproximação, ou ainda, se coloca disponível para uma abordagem que parta por iniciativa de algum casal.
  3. Atento ao jogo de sedução inerente a maioria dos casais ménage, esteja aberto e pronto à uma paquera, flerte, ou aproximação furtiva demandada de ambas as partes.
  4. Praticar técnicas de sedução, as mesmas utilizadas em baladas “normais” buscando mulheres, só que intencionadas aos casais de seu interesse, ou que lhe desperte o interesse.
  5. Ser cortês e educado tanto nos momentos privativos, quanto nos momentos e ambientes coletivos, pedindo sempre a permissão para a aproximação, para o toque ou qualquer outra modalidade de interação.
  6. Estar ciente que faz parte da fantasia do casal, além de ter a sua própria fantasia, que não se encontra da posição de competir ou buscar se mais ou melhor que o marido, em relação a performance sexual.
  7. Respeitar a possível negativa por parte dos casais seja em qual momento for, bem como as orientações destinadas a regular a pratica sexual entre ele e a esposa do casal.
  8. Aguardar pela solicitação de troca de contato, fazendo preferencialmente com o marido, salvo este determine o contrário, nunca se antecipando a essa solicitação.

A ausência deste perfil de solteiros nas festas e clubes, afasta não só os casais ménage, que buscam por eles para interagirem, bem como os casais swingers, que embora não se relacionem com solteiros, conseguem conviver no mesmo ambiente com os que são educados e respeitosos.

O perfil mais geral dos solteiros encontrados hoje nas festas e clubes, é o dos que buscam sexo fácil, sem qualquer tipo de preliminares ou jogos de sedução, a maioria na verdade, nunca ouviu falar disso ou simplesmente desconhecem esse processo, achando por conta do hábito e motivação das casas, que swing para eles é interagir com as gang bangs que se colocam a disposição, negligenciando assim os casais com que poderiam se relacionar, caso tivessem a mínima noção do papel deles numa festa liberal.

Porém a facilidade e o ímpeto sexual, os impele a não pesquisar, conhecer ou identificar as reais possibilidades que envolve a interação com casais, o que além de contribuir para o afastamento dos casais, contribui também para o afastamento dos solteiros “raiz”, ressentidos da escassez de casais ménage, o que gera um ciclo vicioso cada vez mais difícil de combater: diminuição do número de casais ménage e swingers nas festas mistas, diminuição do número de solteiros “raiz”, e aumento do número de homens buscando sexo fácil, sem conhecer os trâmites e as possibilidades que uma festa essencialmente ménage poderia lhes oferecer.

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